quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Contar histórias!



     Os alunos dos 10º D e E, no passado dia 26 de Outubro, visitaram duas turmas de 2º e 3º anos, da escola da Praceta.




 Estes alunos escreveram contos originais, destinados especificamente a este nível etário, tendo sido escolhidos alguns deles para serem, então, lidos aos mais pequeninos.






   Houve interesse, animação e convívio entre todos, fazendo deste momento algo a repetir num futuro próximo. Nesse sentido, os nossos ouvintes foram convidados a elaborar desenhos sobre os contos que tinham ouvido, para a realização de uma exposição na biblioteca da escola secundária Mouzinho da Silveira; os alunos mais velhos convidaram-nos para também eles os visitarem nas suas salas de aula.









 







   Aqui fica um dos vários contos que foi lido neste encontro.


     

  Nem todos somos iguais…

Era uma vez uma raposa. Esta raposa, ainda pequena, vivia sozinha, pois tinha perdido os seus pais que tinham sido caçados por homens sem humanidade alguma. Então, a nossa pequena raposinha tinha de tratar de si própria, naquela que era a sua casa, uma grande floresta, cheia de vida, com cantos e recantos misteriosos.                                                    

Um dia, a raposa estava a beber água do rio, quando vê surgir, como um relâmpago, uma grande chama do seu lado direito. Ela olha em seu redor…  o resto da floresta estava também em chamas!... como estava com medo, pois nunca ninguém a ensinara a lidar com tudo aquilo, saltou para o rio esperando que o incêndio fosse extinto, mas nada acontecia. Ela começava a ficar com fome e não sabia o que fazer. Dali assistia a tudo: as árvores estavam a ser consumidas pelas labaredas, o céu ficava negro, imensos animais fugiam da floresta com toda a pressa, acompanhados pelas suas famílias… A raposa começou a pensar que iria ficar ali, sozinha, dentro daquela água fria, no meio da floresta queimada. Até que apareceram vários homens por entre as chamas, eles vestiam roupas muito grossas e tinham uma grande mangueira. Eram os bombeiros que vinham apagar o fogo! Mas a nossa querida raposita continuava preocupada. Apesar das chamas estarem agora extintas, estavam ali seres, parecidos com os que tinham assassinado os seus pais… sentia-se perdida. Estava no meio da água, completamente ensopada, não tinha floresta onde se esconder…certamente anunciava-se mais uma desgraça e aqueles homens iriam matá-la!...     Foi então que um dos homens, um bombeiro, tirou o capacete e olhou para o rio: lá estava a raposa, muito aflita, a tentar nadar para conseguir fugir, sabe-se lá para onde!.... O bombeiro começa a correr para o rio e apanha o animal que estava a morrer de medo nos seus braços. A pobre raposa olhou para o homem… era estranho, mas sentia-se segura nos seus braços, havia qualquer coisa nele que lhe inspirava confiança. O homem levou-a para casa e alimentou-a. Com um cobertor, aqueceu-a. Com a sua voz, calma e serena, deu-lhe confiança. Com o seu olhar e as suas mãos acarinhou-a e deu-lhe amor. A raposa percebeu, então, que nem todos os homens eram iguais e entendeu que, ali e naquele momento, tinha encontrado a sua família e um novo lar.     


  Francisco Relvas 10º E
 

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